NA DÉCADA DE 1940: OS NORTE-AMERICANOS REVOLUCIONAM A CAPITAL DO RIO GRANDE DO NORTE DURANTE A GUERRA
Os Americanos mostram a "Guerra" para Natal!
Entre as décadas de 1920 e 1940, Natal, a capital do estado do Rio
Grande do Norte, foi um ponto estratégico para a aviação mundial pela
sua posição geográfica no continente americano, fato que contribuiu para
a cidade abrigar duas das bases militares norte-americanas mais
importantes durante a Segunda Guerra
Mundial: a Base Naval, localizada em Natal e a Parnamirim Field - a
maior base da Força Aérea norte-americana em território estrangeiro no
período. Em 1943, no auge dos conflitos no Atlântico, Parnamirim era o
mais congestionado aeroporto do planeta, com até 800 pousos e decolagens
num dia de pico. Natal era tão decisiva que ficou conhecida como a
“encruzilhada do mundo”.
A cidade de Parnamirim tornou-se um
lugar tão agitado que, em julho do mesmo ano, foi construída ali uma
fábrica da Coca-Cola – a primeira da América Latina e a quarta do mundo,
depois dos Estados Unidos, do Canadá e da Inglaterra.
Natal
recebeu um contigente de 10.000 soldados norte-americanos para lutarem
durante o conflito mundial. Este fato mudou radicalmente a até então
pequena capital, que à época possuía 55.000 habitantes. Mais do que uma
importante participação durante o conflito armado mundial, a influência
cultural dos americanos marcaram para sempre a cidade.
No
embalo dessa euforia estrangeira, os natalenses tornaram-se brasileiros
de vanguarda. Bebiam Coca-Cola e chocolate gelado. Fumavam Marlboro e
Lucky Strike. Mascavam chicletes de tutti-fruti. Os homens aboliram a
vestimenta formal do dia-a-dia e adotaram roupas cáqui, de inspiração
militar-esportiva. Ou jeans. Aprenderam a tratar-se como “My friend!”, a
comer um lunch, a dançar foxtrote e a cantarolar jazz pelas ruas.
A cidade tornou-se a cidade mais badalada do Nordeste.Os soldados
passavam seus dias de folga em banhos de mar, principalmente em um
pequeno trecho da orla que foi batizado de ''Miami''.
Muitos
pagaram um preço salgado pelo programa – terríveis queimaduras de sol –,
mas pode-se dizer que os norte-americanos inauguraram as belezas
naturais que, décadas depois, iriam consagrar Natal: o mar verde, as
dunas mutantes, o vento perene. Os natalenses tinham o hábito de ir à
praia apenas na “temporada de banhos”, as férias, entre dezembro e
janeiro. Nos dias da guerra, eles descobriram que incorporar a praia a
sua rotina diária poderia ser bem mais agradável.
Do
entrosamento entre norte-americanos e jovens natalenses resultaram
alguns casamentos. Algumas histórias de amor acabaram bem, caso do
sargento Donald Wroblewski, que se casou com Guiomar Gomes e permaneceu
na cidade.
Em outros casos, porém, na calada da noite,
oficiais e praças seguiam em bandos para os bordéis de Natal,
localizados no bairro da Ribeira – os preços das mulheres dali eram os
mais baixos de toda a América Latina. O índice de doenças venéreas
cresceu tanto que grupos de soldados passavam semanas de cama, afastados
das operações. Foi preciso uma intervenção oficial, em caráter de
urgência. Para as garotas saudáveis da zona do meretrício, os médicos
americanos emitiam atestados de saúde, os famosos ''love cards.''
Os cinemas militares, não raro, e sem que ninguém soubesse fora dali,
recebiam astros de Hollywood. Humprhey Bogart voou do Marrocos para
animar uma sessão do filme Casablanca no teatro aberto da base de
hidroaviões. ''Os artistas eram comissionados para viajar pelos fronts
do mundo todo. A presença deles servia para elevar o moral das tropas”,
diz o historiador José Melquíades. Bette Davis, lembra-se ele, também
visitou Natal. E a orquestra de Glenn Miller tocou no cidade.
Com a vitória dos aliados e o fim do conflito mundial, o controle das
bases foi transferido aos militares brasileiros em 5 de outubro de 1946,
numa discreta cerimônia em Parnamirim. Aos poucos a euforia da guerra
esmaeceu. A população da então famosa Natal saltou de 50 mil para 400
mil moradores e, por alguns anos, a cidade ainda sustentou-se como a
mais importante do Nordeste, antes de ser ofuscada por centros como
Recife e Salvador.
FONTE:
Texto e imagem copiados de: http://www.facebook.com/photo.php?fbid=358361034282763&set=a.353051334813733.1073741831.352427821542751&type=1&relevant_count=1
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