Mário de Andrade e o Nordeste
O relato
dessa viagem foi publicado em o Turista Aprendiz. Em Janeiro Mário
conhece Chico Antônio, que para ele vale uma dúzia de Carusos. “ ai seu
dotô / quando chegar em sua terra/ vá dizer que Chico Antonio/ É danado
pra embolá!” Oh-li-li-ô! Boi Tungão / Boi do Maiorá ...´´. Estou
divinizado por uma das comoções mais formidáveis da minha vida. Chico
Antônio. cantava a noite inteira por uma cachaça, por coisa nenhuma e
passa a noite inteira cantando sem parada. “Que artista. A voz dele é
quente e de uma simpatia incomparável... “ Homem bonito e forte já
estragado com seus 27 anos e muita cachaça. Mário desejou morar em Natal
e encantou-se com as nossas belezas naturais e culturais. O Boi, os
catimbós e as músicas de feitiçaria. Um missivista contumaz travou
intensa e importante correspondência com Câmara Cascudo, organizada
incialmente por Veríssimo de Melo.
Dez anos depois, Mario de
Andrade trabalhava no Departamento Municipal de Cultura de São Paulo.
Sob a gestão de Mário foi enviada uma equipe para coletar a música
folclórica do Brasil. Essa viagem etnográfica foi pensada desde 1926 e
tinha por objetivo colher informações do rico repositório etnográfico
que é o nordeste brasileiro. Por questões políticas Mario foi afastado
do Departamento de Cultura de SP, mas o projeto foi retomado pela grande
pesquisadora Oneyda Alvarenga, que passou 30 anos organizando esse
material coletado. O Xangô e outros cultos afros eram proibidos em
vários estados. Mesmo assim eles conseguiram registrar cerimônia de
Xangô, em Pernambuco, e macumba no Maranhão. Nessa missão foram
recolhidos: Canto de Trabalho, músicas de rezar, cantar e dançar. Um
rico material produzido e idealizado por esse grande brasileiro que
sabia valorizar a nossa rica cultura. Não fosse essa missão muita coisa
teria sido perdida. Felizmente parte desse material foi recuperado e
lançado numa caixa de CDs para a posteridade. Ficamos conhecendo mais o
Brasil e suas ricas manifestações culturais, graças a esse rico projeto
que teve na pesquisadora Oneyda a sua materialização para a posteridade.
João da Mata.
Gostaria de saber sobre HISTORIA DE MARIA DOS SANTOS SILVA, uma dona de fazenda aqui no serido,ela judiava muito dos escravos
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