Um pouco da História do Nordeste
NORDESTE
O Nordeste é habitado desde a pré-história
pelos povos indígenas do Brasil, que no início
da colonização realizavam trocas comerciais com europeus, na
forma de extração do pau-brasil em troca de outros itens. Mas
ao longo do período de colonização eles foram incorporados ao domínio europeu
ou eliminados, devido às constantes disputas contra os senhores de engenhos.
A região foi o palco do descobrimento durante o século XVI.
Portugueses
chegaram em uma expedição no dia 22 de abril
de 1500,
liderados por Pedro Álvares Cabral, na atual cidade de Porto Seguro,
no estado da Bahia.
Foi no litoral nordestino que se deu início a primeira atividade
econômica do país, a extração do pau-brasil. Países como a França,
que não concordavam com o Tratado de Tordesilhas, realizavam
constantes ataques ao litoral com o objetivo de contrabandear madeira para a Europa.
A costa norte do atual estado do Maranhão
foi invadida pela França, na chamada França Equinocial. Os colonos franceses
fundaram um povoado denominado de "Saint Louis" (atual São Luís), em
homenagem ao soberano, Luís XIII de França. Cientes da presença
francesa na região, os portugueses reuniram tropas a partir da Capitania de Pernambuco, sob o comando de Alexandre de Moura. As operações militares
culminaram com a capitulação francesa em fins de 1615.
Em 1630, a Capitania de Pernambuco foi invadida pela Companhia Holandesa das Índias
Ocidentais (West Indische Compagnie). Por ocasião da União Ibérica (1580 a 1640) a então chamada República Holandesa, antes dominada pela Espanha
tendo depois conseguido sua independência através da força, veem em Pernambuco
a oportunidade para impor um duro golpe na Espanha, ao mesmo tempo em que
tirariam o prejuízo do fracasso na Bahia. Em 26 de dezembro de 1629 partia de São Vicente, Cabo
Verde, uma esquadra com 66 embarcações e 7.280 homens em direção a Pernambuco.
Os holandeses, desembarcando na praia de Pau Amarelo,
conquistam a capitania de Pernambuco em fevereiro de 1630 e estabelecem a
colônia Nova Holanda.
A frágil resistência portuguesa na passagem do Rio Doce,
invadiu sem grandes contratempos Olinda e derrotou a pequena, porém aguerrida,
guarnição do forte (que depois passaria a ser chamado de Brum), porta de
entrada para o Recife
através do istmo que ligava as duas cidades.
O Recife, conhecido como Mauritsstad
(Cidade Maurícia), foi a capital do Brasil Holandês, tendo sido governada na
maior parte do tempo pelo conde alemão (a serviço da Coroa dos Países Baixos)
Maurício de Nassau. Neste período, Recife foi
considerada a mais próspera e urbanizada cidade do continente americano. O
império holandês nas Américas era composto na época por uma cadeia de
fortalezas que iam do Ceará à embocadura do rio São Francisco, ao sul de Alagoas.
Os holandeses também possuíam uma série de feitorias na Guiné
e Angola,
situadas no outro lado do Atlântico, o que lhes dava controle sobre o açúcar e o tráfico
negreiro, administradas pela Companhia das Índias Ocidentais.
O conde desembarcou na Nieuw Holland, a Nova Holanda, em 1637,
acompanhado por uma equipe de arquitetos e engenheiros. Nesse ponto começa a
construção de Mauritsstad, que foi dotada de pontes, diques e canais para
vencer as condições geográficas locais. O arquiteto Pieter Post
foi o responsável pelo traçado da nova cidade e de edifícios como o palácio de
Freeburg, sede do poder de Nassau na Nova Holanda, e do prédio do observatório
astronômico, tido como o primeiro do Novo Mundo. Em 28 de fevereiro de 1644 o
Recife (atualmente o Bairro do Recife) foi ligado à Cidade Maurícia com a
construção da primeira ponte da América Latina.
Maurício de Nassau realizou uma política de tolerância religiosa frente
aos católicos
e calvinistas.
Além disso, permitiu a migração de judeus ao Recife, que passou a abrigar a maior comunidade
judaica de todo o continente, e a criação de uma sinagoga,
a Kahal Zur Israel, inaugurada em 1642 e
considerada o primeiro templo judaico
das Américas do Sul, Central e do Norte.
Por diversos motivos, sendo um dos mais importantes a exoneração de Maurício de Nassau do governo da capitania pela
Companhia Holandesa das Índias Ocidentais, o povo de Pernambuco se rebelou
contra o governo, juntando-se à fraca resistência ainda existente, num
movimento denominado Insurreição Pernambucana. Com a chegada
gradativa de reforços portugueses, os holandeses por fim foram expulsos em 1654, na segunda Batalha dos Guararapes. Foi nesta ocasião
que se diz ter nascido o Exército brasileiro.
Durante o período colonial, no século XVI,
a resistência quilombola
se iniciou no Brasil,
com a fuga de escravos
para o Quilombo dos Palmares, na região da serra
da Barriga, atual território de Alagoas. Nos vários mocambos
palmarinos chegaram a reunir-se mais de vinte mil pessoas. Em 1694 o Macaco,
"capital" de Palmares, foi tomado e destruído, e Zumbi dos Palmares foi capturado e teve sua
cabeça degolada e exposta em praça pública no Recife.
A cidade de Salvador foi a primeira sede do governo-geral
no Brasil, pois estava estrategicamente localizada em um ponto médio do
litoral. O governo-geral foi uma tentativa de centralização do poder para
auxiliar as capitanias, que estavam passando por um momento de crise. A
atividade açucareira é até hoje a principal atividade agrícola da região.
As datas de fundação das capitais nordestinas são:
Capital
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Data de fundação
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12 de março de 1537 (474 anos)
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29 de março de 1549 (462 anos)
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5 de agosto
de 1585
(426 anos)
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25 de dezembro de 1599 (411 anos)
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8 de setembro de 1612 (399 anos)
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13 de abril
de 1726
(285 anos)
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5 de dezembro de 1815 (195 anos)
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16 de agosto de 1852 (159 anos)
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17 de março de 1855 (156 anos)
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