Quem foi André de Albuquerque Maranhão?
André de Albuquerque Maranhão (Canguaretama, entre 1775 e 1780 — Natal, 1817) foi o chefe da Revolução de 1817 (também conhecida como Revolução Pernambucana), no Rio Grande do Norte. Foi grande proprietário rural, Cavaleiro da Casa Real, Senhor de Cunhaú e Coronel comandante da Divisão do Sul. Era filho de André de Albuquerque Maranhão e de Josefa do Espírito Santo Ribeiro, e pertencia a uma das famílias mais ilustres do Rio Grande do Norte. Quando jovem, estudou humanidades em Natal com o Dr. Antônio Carneiro de Albuquerque Gondim e depois realizou viagens ao Rio de Janeiro e a Lisboa. Era herdeiro opulentíssimo do Morgado Cunhaú e, por seus relevantes serviços, foi condecorado com o hábito de Cristo e a patente de Coronel de Milícias a Cavalo. Possuía autoridade na Região Litoral e Agreste de Natal à Cunhaú, região que hoje é conhecida como Microrregião do Litoral Sul.
Na manhã de 28 de março, André, com sua tropa, parentes e oficiais, faz a entrada solene na capital, apoiado pela Companhia de Linha. No dia seguinte, convocou pessoas conhecidas, religiosas e constituiu o governo. No dia 30, chegou o reforço militar da Paraíba, cinquenta soldados, comandados por José Peregrino Xavier de Carvalho. Mas, após a partida destes em 25 de Abril de 1817, enfraquece o governo de André de Albuquerque. Todos o abandonam, exceto o padre João Damasceno, que permanece ao seu lado.
André de Albuquerque, sentado à mesa dos despachos, viu a sua sala ser invadida pelos contra-revolucionários. Inerte, ante a surpresa, negou-se a entregar-se e quis reagir. Mas estava só. Sem defesa. Foi então ferido por Antônio José Leite Pinho que atingiu com a espada a sua região inguinal. No tumulto, ainda procurando segurar a lâmina, fere dois dedos.
André foi arrancado do governo provisório impunemente apunhalado. Ferido, foi conduzido para a Fortaleza dos Santos Reis e colocado num quarto escuro. Sem assistência, sem tratamento, agonizou a noite inteira. Apenas recebeu do soldado Inácio Manuel de Oliveira uma esteira para forrar o solo molhado e uma trouxa de roupa para descansar a cabeça.
Sentindo a morte que se aproximava, chamou o amigo, vigário da Freguesia de Natal, Feliciano José d'Ornelhas, para dar-lhe a extrema unção.
Banhado em sangue, sem assistência, falece Senhor de Cunhaú, com aproximadamente 40 anos de idade. Pela manhã, retiraram o corpo de André de Albuquerque que foi transportado nu, sujo de sangue coagulado, para ser sepultado na Matriz. A independência do Brasil acabou acontecendo 5 anos depois, em 1822.
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