História do Rio Grande do Norte - Um Resumo
O Rio Grande do Norte faz parte da região do Nordeste
brasileiro, localizado entre o Ceará e a Paraíba.Tem como limites ao
norte e leste o oceano Atlântico, que banha todo o seu litoral, ao
oeste o Estado do Ceará, separado pelo rio Jaguaribe e ao sul o Estado
da Paraíba, separado pela Baia da Traição.
Mesmo sendo um dos menores Estados do Brasil, com seus 53.015 km2,
possui grande quantidade de recursos naturais. No passado seu litoral
era repleto de árvores de Pau-brasil, de grande valor na época do
descobrimento, o que levou os franceses a se instalarem na costa da
região, antes mesmo de se formar a Capitania do Rio Grande
estabelecendo o tráfico do Pau-brasil.
As atividades econômicas do Rio Grande do Norte, desde o
inicio de sua colonização, sempre estiveram ligadas a agricultura e a
criação de gado, tendo como destaque na sua produção: o algodão,sal
marinho, sisal, cana de açúcar, milho, feijão, banana, batata doce,
etc. É detentora das maiores salinas do país e de um litoral de cerca
de 410 km de extensão.
A sua localização inserida numa região sujeita à periódicas
secas, prejudica bastante a sua população que perde plantações e gado
pela falta d água, e que, muitas vezes precisa fugir para as cidades em
busca de sobrevivência.
Natal, a capital do Rio Grande do Norte, sobressaiu-se
bastante por ocasião da II ª Guerra mundial, quando se tornou centro
atenções nacionais e internacionais, não somente pela construção da
base aérea americana, mas, sobretudo pela presença dos soldados dos
EEUU, o que modificou bastante os costumes locais com a introdução de
muitos dos seus hábitos no dia a dia. A população de Natal hoje é de
709.536 habitantes.
No começo deste século, o Rio Grande do Norte conta com um
total de cerca de 2.776.782 habitantes (censo IBGE/2000), possui 166
municípios, divididos em dez regiões: Salineira Norte-rio-grandense,
Litoral de São Bento, Açu e Apodi, Sertão de Angicos, Serra Verde.
Natal, Serrana Norte-riograndense, Seridó, Borborema Potiguar e Agreste
Potiguar.
Historicamente, o Rio Grande do Norte surgiu com a divisão
do Brasil em Capitanias hereditárias, em 1533, e a concessão por D.João
III das terras que se estendiam a partir da Baia da Traição (limite
sul) até o rio Jaguaribe , ao cronista João de Barros, além de mais 50
léguas de parceria com Aires da Cunha.
Começava a existir a Capitania do Rio Grande, cuja conquista
e colonização, depois de várias tentativas frustradas, somente foi
efetivada já no final do século, em 1598. Por conta da sua posição
geográfica, as terras do Rio Grande foi possivelmente um dos primeiros
pontos visitados no litoral brasileiro, antes mesmo da chegada dos
portugueses.A necessidade de consolidar o domínio português nas terras
que se encontravam abandonadas, com a presença constante de visitantes
estrangeiros no seu litoral, fez o governo português tomar novas
medidas com relação a Capitania do Rio Grande, nessa altura já de posse
da Coroa, que a havia comprado aos filhos de João de Barros.
Dessa forma foram cumpridas as determinações reais aos
donatários Mascarenhas Homem, de Pernambuco e Feliciano Coelho da
Paraíba, de conquistar as terras, construção de um forte para a sua
defesa e fundação de uma cidade para ser iniciada a obra da
colonização. Foi construída a fortaleza dos Reis Magos, concluída a 06
de janeiro, cuja planta da autoria de Frei Gaspar de Samperes, obedecia
a característica das construções coloniais portuguesas. Depois disso
foi necessário a pacificação da massa indígena que habitava a região
cujos ataques constantes punham em perigo a vida do homem branco. A
presença de Jerônimo de Albuquerque, de origem mestiça, que viera com a
expedição de Mascarenhas Homem, foi de fundamental importância para a
sua realização..Encarregado de estabelecer as pazes com os chefes Pau
Seco e Sorobabe, Jerônimo consolidou com sucesso a sua missão na
Paraíba, em junho de 1599, e tudo indica (pela falta de um documento
explicito sobre o assunto) que ao voltar ao Rio Grande, teria ele,
Jerônimo de Albuquerque, completado a última determinação real, de
fundar uma cidade. A 24 de dezembro de 1599, era fundada a cidade de
Natal, tendo como ponto original o local elevado onde hoje se localiza a
Pça. André de Albuquerque, Largo da Matriz. Ai foi erguida uma pequena
capela onde foi celebrada missa, capela essa que através das reformas e
do tempo permanece ainda hoje a velha catedral.
A capitania era habitada no litoral pelos índios do grupo
dos Tupis, os Potiguares e no interior, pelos índios do grupo dos
Tapuias, os Cariris e Tarairius.
A colonização foi lenta, estabelecendo-se oficialmente em
1611, com o passagem do Governado do Brasil Diogo de Meneses, que fez
as nomeações necessárias para a instituição da administração. Ao longo
dos anos a Capitania do Rio Grande acrescentou o complemento do Norte,
devido existência de uma outra capitania do Rio Grande, a do Sul.
Marcaram o processo histórico do desenvolvimento da
capitania a presença dos holandeses, que tendo invadido e se
estabelecido em Pernambuco, conquistaram também o Rio Grande para
apoiar a conquista de Pernambuco, além da Capitania do Rio Grande
servir para fornecer o gado, para consumo das tropas e população em
Pernambuco. Natal foi visitada pelo conde Mauricio de Nassau em 1637.
Os holandeses permaneceram na capitania por mais de vinte
anos, mas nada foi realizado de positivo que marcasse sua presença na
região.Natal recebeu o nome de Nova Amsterdã, estabelecendo-se uma fase
que ficou marcada pelo abandono, violência, e rapinagem, responsável
pelo atraso no desenvolvimento local. O domínio invasor ficou conhecido
pelas atrocidades de Cunhaú, Ferreiro Torto e Uruaçu, que eram os
núcleos populacionais da época. Nestas localidades, no final do domínio
holandês, os índios Janduis, liderados por Jacob Rabbi, judeu alemão
que detinha grande influencia sobre estes, atacou e massacrou
violentamente suas populações.
Após a saída dos holandeses, quando se tenta voltar à
normalidade, inaugura-se uma nova fase na vida da capitania, que volta a
sofrer reveses, desta feita com uma revolta dos índios tapuias contra o
domínio português, um movimento de rebeldia considerado como um dos
maiores da região nordeste, que ficou conhecida como Guerra dos
Bárbaros.O movimento, que persistiu por mais de vinte anos, se estendia
pelas áreas das Capitanias do Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba,
Pernambuco e Alagoas, sendo que o foco da rebelião estava na Paraíba,
Ceará e Rio Grande do Norte. Somente foram dominados a partir da
atuação mais enérgica das bandeiras paulistas.
Em 1817, ocorreu o Movimento Republicano no nordeste
brasileiro, tendo Pernambuco como o centro de difusão do pensamento
liberal, sob a liderança da elite agrária e religiosa da região,
motivada por interesses econômicos. Esse movimento teve ramificações em
Alagoas, Paraíba e Rio Grande do Norte. No caso do Rio Grande do
Norte, cujo governador José Inácio Borges, ao condenar o movimento,
declarando esta separada de Pernambuco, para que fosse mantida a
fidelidade ao rei, concretizou duas antigas aspirações da população
norte-riograndense: tornar-se independente da Capitania de Pernambuco e
a criação de uma Alfândega local, que até então não existia.
Mas, mesmo com as providencias tomadas pelo governador
Borges, André de Albuquerque Maranhão, comandante da Divisão do
Distrito Sul e senhor de Cunhaú, ( o primeiro engenho do Rio Grande do
Norte) através de contatos com os insurretos de Pernambuco, aderiu
assumindo a liderança do movimento e entrou em Natal com suas tropas na
tarde de 28 de março. No dia seguinte, no edifício da Provedoria da
Fazenda, André de Albuquerque Maranhão instalou o governo republicano
do Rio Grande do Norte sob sua presidência, governo esse que durou
apenas um mês, quando então foi assassinado e a situação voltou ao
domínio português.
A independência do Brasil em 1822 transformou a capitania,
assim como as demais, em Província, estabelecendo-se nessa fase um
crescimento fortalecido pelos poucos engenhos de cana de açúcar e as
fazendas de gado, principalmente.
Ao chegar o movimento pela emancipação dos escravos, em
1888, o Rio Grande do Norte tinha muito pouco a fazer, uma vez que
sempre possuiu um reduzido número de escravos negros, tendo em vista as
terras para essa cultura serem poucas, limitando-se apenas aos vales
do Ceará Mirim e Canguaretama.
A queda da monarquia e estabelecimento da república como
regime político transformou as Províncias em Estados e a situação
política local, tal qual a do restante do país, consolidou as
oligarquias que caracterizaram a República Velha. No Rio Grande do
Norte o sistema oligárquico funcionou com a liderança de Pedro Velho de
Albuquerque Maranhão, cujo grupo se manteve no poder até a década de
vinte, substituído por outro que se manteve no poder até o movimento de
1930.
Outro fato a se destacar na história do Rio Grande do Norte
foi o movimento de 1935, conhecido como Intentona Comunista, - três
insurreições distintas, das unidades militares de Natal, Recife e Rio
de Janeiro -,quando o governo foi interrompido por um movimento armado
que instalou um Comitê Popular Revolucionário, que durou apenas 4 dias.
A ocorrência da IIª Guerra mundial (1939-1945), colocou o
rio Grande do Norte, especificamente Natal como local de destaque no
panorama internacional. Com o apoio de Vargas, presidente do Brasil,
aos americanos, foram assinados acordos que incluíam a construção de
bases militar no Brasil e Natal, pela sua posição estratégica de
proximidade com a África, foi escolhida para instalação da defesa em
tempo de guerra. Aqui foram instaladas a Base Naval de Natal em
Refoles, no Alecrim, e a Base Aérea de Natal, ao lado da qual foi
construída a Base Aérea Americana, Parnamirim Field, como ficou
conhecida, com grande mobilização técnica e todos os serviços modernos
possíveis ao gênio e o dinheiro.
Após o final da guerra surgiram os primeiros cursos
universitários, 1947, com a criação das Faculdades de Farmácia e
Odontologia. Seguiram-se as faculdades de Direito, Filosofia, Serviço
Social, Economia e Medicina, todas públicas. Em 1958, no governo de
Dinarte de Medeiros Mariz (1956/1961) foi criada a Universidade
Federal do Rio Grande do Norte, inicialmente estadual e logo em seguida
federalizada, em dezembro de 1960 pelo presidente JK.
Somente a partir do final dos anos 80, é que surgiram
faculdades particulares no Estado. Atualmente o Rio Grande do Norte
conta, além da UFRN, com a UERN (universidade estadual) , a UNP,
Universidade Potiguar, FARN, FAL, FACEX E FACULDADE CAMARA CASCUDO.
Profª Marlene da Silva Mariz
FONTE: http://www.conhecaorn.com.br/historia
muito bom seu resumo, e de muita serventia que faço minhas reflexões a respeito deste valoroso conhecimento histórico. Parabens.
ResponderExcluirRaimundo Nonato
raivera@hotmail.com
ajudou muito ,muito bom .
ResponderExcluirótimo material!
ResponderExcluirobrigada!
ResponderExcluirAdorei
ResponderExcluirobrigada
ResponderExcluirMaterial muito bom, obrigado!
ResponderExcluirMuito bom, é um bom material para revisão e consolidação do conhecimento sobre a história do nosso Estado.
ResponderExcluirO material é interessante, especialmente pela concisão, mas poderia conter mais algumas informações.
ResponderExcluirAcredito ser possível enriquecer o texto sem torna-lo cansativo.
Agradeço se vc fizer um com tal informação sem que ele fique cansativo!
ExcluirMuito bom! Obrigada
ResponderExcluirAdorei o conteúdo. Foi um resumo no ponto! Parabéns!
ResponderExcluirMuito Obrigado, mim ajudou muito!
ResponderExcluirTerça,agosto 01,2017
ResponderExcluirMuito obrigado,mim ajudou muito!✌
Excelente resumo.
ResponderExcluirOtimo resume me ajudou bastante.
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