Rio Grande do Norte Terá a Menor Safra de Mandioca dos Últimos 24 Anos
Por Aldemir Freire em http://portalnoar.com/economiadorn/rio-grande-do-norte-tera-a-menor-safra-de-mandioca-dos-ultimos-24-anos/
O IBGE
divulgou hoje as estimativas de safra para 2013 referente ao mês de
julho. Além do recorde nacional na produção de grãos, uma das coisas que
mais chama a atenção é a queda significativa na produção de mandioca no
Nordeste.
Pelas previsões daquele órgão o Brasil irá
produzir esse ano cerca 21,2 milhões de toneladas da raiz de mandioca,
uma queda de 9,55% frente ao ano passado e de 16,45% em relação a 2011.
A queda será puxada principalmente pela
redução da produção do Nordeste. O IBGE estima que a região irá produzir
4,85 milhões, uma queda de 19% em relação a 2012 e de 39% em comparação
a 2011.
O Nordeste, que tradicionalmente sempre
foi a região com maior produção de mandioca do país, cairá para terceiro
lugar no ranking de produção das regiões brasileiras, ficando atrás do
Norte e do Sul.
No Rio Grande do Norte a produção de 2013
está estimada em cerca de 84 mil toneladas, com queda de 64% quando
comparado com o ano passado e 72% em relação a 2011. No estado a
produção será a menor da série disponível do IBGE, que começa em 1991.
Portanto será a menor produção dos últimos 24 anos.
A mandioca possui três usos principais: 1)
usada diretamente na alimentação. Nesse são sãs as famosas macaxeiras
cozidas ou fritas amplamente servidas nos restaurantes nordestinos; 2)
na fabricação de farinha, com o consumo dessa última sendo mais forte
nas regiões Nordeste e Norte do país; 3) na produção de fécula da
mandioca (também conhecido como polvilho doce e goma), cujo destino é a
produção de tapiocas e, principalmente, na indústria alimentícia onde é
largamente utilizada como espessante, ou seja, substância adicionada a
misturas a fim de lhes proporcionar melhor consistência. A fécula é
ingrediente de molhos, sopas, comidas para bebês, pudins, sorvetes,
embutidos, pães de queijo e massas em geral.
No Rio Grande do Norte a produção da razi
de mandioca concentra-se sobretudo na região agreste do estado e no
Seridó, na chamada Serra de Santana. No agreste do estado a raiz de
mandioca “alimenta” inúmeras casas de farinha (quem do estado não
conhece as famosas farinhas e gomas de Brejinho?).
A seca reduziu dramaticamente a produção
local de mandioca. Mesmo com as chuvas no agreste tendo alcançado este
ano um patamar melhor que o do ano passado a produção continuou em
queda, basicamente por duas razões: 1) no ano passado foram
colhidas áreas que haviam sido plantadas em 2011 (o ciclo da mandioca
pode ser de até 18 meses). Nesse caso a produção ainda era referente ao
do ano anterior. 2) como praticamente não houve plantação no ano
passado, muitos agricultores atualmente não possuem sequer as chamadas
“manivas” (hastes da planta utilizadas no plantio) para efetuar novos
plantios. Portanto, a recuperação da cultura será lenta e demorada e os
efeitos da seca se estenderá não só em 2013, mas pode implicar também na
produção de 2014 e 2015.
As consequências mais imediatas da crise
da produção de mandioca no estado foi o fechamento de um grande número
de casas de farinha e os preços da raiz, da farinha e da fécula que
dispararam.
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