As familias e o poder no Rio Grande do Norte
Adaptado do site http://correiopop.wordpress.com/category/artigos/
Cefas Carvalho e José Pinto Junior
Três famílias dominam Governo e Senado no Rio Grande do Norte há mais de meio século
Desde os tempos antigos que o poder político tradicionalmente se concentra nas mãos de famílias. Era assim nos impérios, nas monarquias e continuou assim no regime democrático, pelo menos em alguns lugares. No Rio Grande do Norte, como em boa parte do Nordeste, quem detém o poder político há décadas são famílias. Poucas famílias. No RN, menos de dez famílias dividem (e se alternam nele) no poder.
Na verdade, três famílias concentram a maior parte do poder político no estado há mais de 50 anos. Trata-se das famílias Alves, Rosado e Maia. Destes três grupos familiares, já saíram 6 governadores, 6 senadores e dezenas de deputados federais e estaduais.
ALVES – O projeto político da família começou com Aluizio Alves. O prestígio de Aluizio impulsionou a carreira política do irmão, Agnelo Alves. A cassação dos direitos políticos dos dois, anos 60 e 70, gerou uma nova geração de políticos da família, como Henrique Alves e Garibaldi Alves Filho. Posteriormente, surgiram Carlos Eduardo Alves e Ana Catarina Alves. A novíssima geração é representada pelo filho de Garibaldi, Walter Alves, deputado estadual.
MAIA – O patriarca foi Tarcísio Maia, filho do político paraibano João Agripino Maia. Tarcísio militou na política nos anos 60 e tornou-se governador nos anos 70. Seu primo, Lavoisier Maia, foi governador nos anos 80. O filho de Tarcísio, José Agripino Maia, tornou-se a estrela maior da família, tendo sido prefeito de Natal, governador duas vezes e senador. O filho de Agripino, Felipe Maia, representa a nova geração. Uma curiosidade: Wilma de Faria, que já foi Wilma Maia quando casada com Lavoisier, iniciou a carreira política com os Maia. Muito embora Vilma não use mais o sobrenome Maia, seus filhos, Márcia e Lauro, adotaram a marca registrada.
ROSADO – Pai de 21 filhos, Jerônimo Rosado deu origem ao um clã muito diversificado de políticos, que comanda Mossoró há mais de meio século. De seus filhos, surgiram prefeitos (Dix-huit e Vingt Rosado), senadores (Vingt Rosado) e um governador do Estado (Dix-sept Rosado). Os netos seguiram carreira igualmente vitoriosa (Sandra Rosado, Carlos Augusto Rosado – e a esposa deste, Rosalba Ciarlini – Fafá Rosado, Betinho Rosado). E a nova geração já se apresenta como Larissa Rosado (filha de Sandra e Laíre).
EMERGENTES – Existem ainda famílias de menor porte político, ou que dominam há menos tempo, mas que têm considerável força, seja em aspectos específicos do poder, seja em regiões.
FARIA – Tendo sido quase nomeado governador, Osmundo Faria conseguiu fazer do filho Robinson deputado estadual ainda muito jovem. A partir daí, Robinson ganhou prestígio e tornou-se presidente da Assembléia por duas legislaturas seguidas. Agora é vice-governador e reelegeu o filho, Fábio Faria, como deputado federal.
FARIA – Wilma deixou de ser Maia para tornar-se Faria, pois seu bisavô era irmão do ex-governador Juvenal Lamartine de Faria. Ela auto-denominou-se nova força e “terceira via” depois de exercer a Prefeitura de Natal por três vezes e o governo do Estado por duas vezes. Com isso, fez a filha Márcia Maia deputada estadual e o filho, Lauro Maia, suplente de deputado estadual.
SOUZA – Senador populista, Carlos Alberto de Souza marcou época na política popular e deixou uma herdeira empresarial (TV Ponta Negra) e política, Micarla de Sousa, que se elegeu deputada e em 2008, prefeita de Natal. Hoje, Micarla quer fazer seu próprio grupo familiar e elegeu o marido, Miguel Weber, deputado estadual e a irmã Rosy de Sousa suplente de deputada federal.
FERREIRA DE SOUZA – Núcleo familiar-político do atual governador do Estado, Iberê Ferreira de Souza, que conta com o deputado estadual Ezequiel Ferreira de Souza e com a vice-prefeita de Currais Novos, Milena Ferreira. O pai de Iberê, Odorico, foi prefeito de Santa Cruz, e o tio José, foi deputado federal.
OUTRAS – Há famílias que detém poder político, mas restrito a uma região ou limita-se a poucos membros. É o caso dos ARRUDA (Leonardo Arruda já foi deputado estadual e hoje a filha Júlia é vereadora em Natal); dos REGO (Getúlio é deputado estadual e o filho Leonardo, prefeito de Pau dos Ferros). Duas famílias que já detiveram considerável poder no Estado não entram na lista atuais em por nenhum membro deter cargo eletivo de importância: Os Melo (Geraldo já foi governador e senador), os Frei¬re (Fernando já foi governador e Jessé, deputado federal) e os Mariz (Dinarte, governador e seu filho, Wan-derley, deputado federal).
Prof Francisco, encontrei por acaso seu blog e gostaria de manter contato com você para alguma indicações de bibliografia sobre a familia rosado, sou doutorando em Ciência Política pela UFPE e prof universitário. Deixo meu email e agradeço se pudermos trocar algumas informações. Abraços
ResponderExcluirVANUCCIO PIMENTEL
vanuccio@gmail.com