O Paradoxo de Teseu
O Paradoxo de Teseu é uma hipótese argumentativa, em Filosofia, para a questão da continuidade da identidade de um objecto.
Segundo Plutarco, de tão admirado e acarinhado, o barco do herói grego Teseu foi preservado pelos atenienses ao longo de gerações, substituindo as pranchas apodrecidas por novas, de tal forma que ao fim de algumas décadas já não restavam partes do navio original. Podemos então questionar se se tratava ainda do mesmo navio, ou se de outro diferente.
Ora, à semelhança do barco de Teseu, o corpo humano é constituído por moléculas que são susbtituídas e transformadas periodicamente através de reacçíµes metabólicas. Os átomos dos alimentos que ingerimos são processados e integrados na nossa estrutura, enquanto que outros que já possuíamos são expelidos e provavelmente não mais voltarão a fazer parte de nós. A nossa estutura física sofre, então, alteraçíµes profundas a cada instante, tanto mais marcadas quanto maior o intervalo de tempo considerado. A velhice constata macroscopicamente o efeito destas variaçíµes de massa e composição física do organismo. Seremos, então, as mesmas pessoas que há dez anos atrás ou, até, que há dez milisegundos? Podemos concluir que sim, se considerarmos que a identidade é determinada pela continuidade da consciência e pela memória. Nessa perspectiva, sendo provável que nos recordemos de acontecimentos de há dez anos e mantemos ainda presentes na memória algumas premissas desde o início deste texto, somos os mesmos. Mas a memória, tendo uma base física renovável, não só sofre alteraçíµes ao nível molecular no encéfalo como é perturbada e viciada com o passar do tempo. Será a nossa identidade contínua?
Nenhum homem pode atravessar o mesmo rio duas vezes, porque nem o homem nem o rio são os mesmos.
Heráclito
Segundo Plutarco, de tão admirado e acarinhado, o barco do herói grego Teseu foi preservado pelos atenienses ao longo de gerações, substituindo as pranchas apodrecidas por novas, de tal forma que ao fim de algumas décadas já não restavam partes do navio original. Podemos então questionar se se tratava ainda do mesmo navio, ou se de outro diferente.
Ora, à semelhança do barco de Teseu, o corpo humano é constituído por moléculas que são susbtituídas e transformadas periodicamente através de reacçíµes metabólicas. Os átomos dos alimentos que ingerimos são processados e integrados na nossa estrutura, enquanto que outros que já possuíamos são expelidos e provavelmente não mais voltarão a fazer parte de nós. A nossa estutura física sofre, então, alteraçíµes profundas a cada instante, tanto mais marcadas quanto maior o intervalo de tempo considerado. A velhice constata macroscopicamente o efeito destas variaçíµes de massa e composição física do organismo. Seremos, então, as mesmas pessoas que há dez anos atrás ou, até, que há dez milisegundos? Podemos concluir que sim, se considerarmos que a identidade é determinada pela continuidade da consciência e pela memória. Nessa perspectiva, sendo provável que nos recordemos de acontecimentos de há dez anos e mantemos ainda presentes na memória algumas premissas desde o início deste texto, somos os mesmos. Mas a memória, tendo uma base física renovável, não só sofre alteraçíµes ao nível molecular no encéfalo como é perturbada e viciada com o passar do tempo. Será a nossa identidade contínua?
Nenhum homem pode atravessar o mesmo rio duas vezes, porque nem o homem nem o rio são os mesmos.
Heráclito
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